Vereadora cobra agilidade em processos que podem cassar 2 colegas

Ela critica o tratamento diferenciado aos colegas homens, algo não concedido a Edna Sampaio

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A vereadora Maysa Leão (Republicanos) observa como ‘dois pesos e duas medidas’ a morosidade da Câmara Municipal de Cuiabá em abrir procedimentos éticos contra os colegas Marcrean Santos (MDB) e Paulo Henrique (MDB). Ambos foram representados na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar por quebra de decoro e os procedimentos aguardam parecer da Procuradoria-geral da Casa de Leis para decidir se as representações contra eles avançam no Legislativo. 

Contra Paulo Henrique pesa a suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), revelado na Operação Ragnatela, da Polícia Federal (PF), no começo deste mês. O inquérito apontou que o parlamentar teria recebido benefícios financeiros do grupo para facilitar a liberação de licenças aos eventos realizados para a facção criminosa. Ele se afastou do cargo após parlamentares apresentarem um requerimento pedindo que ele fosse investigado e cassado pelas acusações. 

“É muito triste ter uma legislatura que pode culminar em três cassações. É uma mancha para a Câmara de Vereadores, isso tem sido muito difícil para a Câmara como um todo tirar essa pecha  de ‘Casa dos Horrores’ e ser respeitada pela população. É uma realidade triste, mas a gente tem que encarar que a população está perdendo a crença nos vereadores”, lamentou Maysa Leão em entrevista à Rádio Cultura FM, nesta quinta-feira (27).

A Procuradoria da Câmara de Cuiabá manifestou pelo arquivamento, devido “ausência de elementos para materialização de uma denúncia formal contra Paulo Henrique”, mas o vereador Rodrigo Arruda e Sá, que preside a comissão entendeu que os trabalhos devem continuar e serão pedidas informações aos investigadores à PF sobre o legislador antes de instaurar ou não o processo. 

“Vejo que esses processos precisam ser levados com seriedade porque o processo da vereadora foi baseado em um recorte de uma matéria do RDNews e depois de aberto procedimento foram anexadas provas, ouvidas testemunhas e o processo aberto rapidamente. Agora a gente tem váris pedidos para o Marcrean e o pedido do Paulo Henrique pedido por 10 vereadores e estão estacionados”, desabafou Maysa ao se referir à cassação do mandato de Edna Sampaio (PT), sob acusação de operar um esquema de “rachadinha” em seu gabinete utilizando a verba de gabinete de uma ex-chefe de gabinete.

Já Marcrean é acusadode ter invadido a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do antigo Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá. O caso ocorreu no dia 9 de junho e foi revelado na sessão ordinária do dia 11 quando o médico Marcus Vinicius Ramos de Oliveira representou contra o legislador após registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Ele acusou o parlamentar de ter invadido a UTI e aos berros teria ameaçado o profissional e sua equipe exigindo informações pessoais sobre uma paciente que seria sua familiar.

A Procuradoria da Casa analisa quatro representações contra ele e a vereadora vê como ‘dois pesos e duas medidas’ a morosidade da análise. Ela defende que se dentro desses processos ambos os vereadores conseguirem provar que são inocentes e houve um equívoco eles podem, inclusive, usar isso em campanha eleitoral. 

“Essa diferença de conduta já grita, temos que ter um peso e uma medida e não o contrário. Que fique claro para a população, abrir um procedimento ético não é uma condenação prévia, é dar oportunidade de ampla defesa. Eu penso que a Comissão de Ética poderia ter aberto já os dois procedimentos porque são de denúncias graves e relevantes e a população espera respostas”, avaliou a legisla

(Via: Folhamax)