Esquema investigado envolve lavagem de dinheiro de facção com casas noturnas

Investigado na Operação Ragnatela, o vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), acredita que a amizade de mais de 20 anos com o produtor de eventos Rodrigo de Souza Leal pode ter levado os investigadores a ligá-lo ao esquema de lavagem de dinheiro por meio de casas noturnas em Cuiabá para a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Ele ainda explicou como funciona a liberação de licenças para shows e eventos.
“Estou tranquilo com tudo isso que está sendo vinculado. As verdades vão aparecer. No caso do Rodrigo Leal, ele é um produtor de eventos e meu amigo há 25 anos, mas saber o CPF da pessoa e o que ela faz não vem a mim. A indicação dele como cerimonial da Câmara foi minha, ele foi meu produtor no bloco de rua que eu tenho e é esse elo que tenho. Acho que por ele estar comigo lá ocorreu essa situação”, declarou o parlamentar ao Jornal da Cultura FM nesta sexta-feira (7).
A operação foi deflagrada na última quarta-feira (5) pela Polícia Federal e investiga um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho usando quatro casas noturnas de Cuiabá com o envolvimento de servidores públicos, promoters, vereador, blogueiras e até policiais penais que facilitavam a entrega de celulares em um presídio que auxiliava a comunicação dos criminosos.
As investigações apontaram que os estabelecimentos eram usados por lideranças do Comando Vermelho para lavagem de dinheiro do crime organizado. Uma dessas casas, a antiga Dallas, que funcionava na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, foi adquirida pelo CV pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie. O papel dos agentes públicos era facilitar a concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.
Questionado sobre a liberação de licenças para os shows ele respondeu que era procurado por várias pessoas para a realização de eventos e ele apenas as encaminhava à Secretaria de Ordem Pública (Sorp). “O que acontece quando procura fulano de tal eu desconheço, vereador não libera alvará. Lembrando que quem libera a licença não é apenas a Sorp, é o Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, a própria Justiça”, explicou.
Ao todo, oito mandados de prisão preventiva foram expedidos, além de outros 36 de busca, nove sequestros de imóveis, 13 sequestros de veículos, dois servidores públicos afastados, quatro suspensões de atividades comerciais e 68 bloqueios de contas bancárias. A organização criminosa teria movimentado um total de R$ 77 milhões.
(Via: Folhamax)