Mendes defende anistia e diz que Lula deveria “pacificar” o país

Assassinos são condenados a 12 anos de cadeia e invasores a 18 anos, criticou o governador

Mayke Toscano/Secom-MT

O governador Mauro Mendes: “O tratamento que foi dada àquelas pessoas, não é dado a nenhum bandido”

O governador Mauro Mendes (União Brasil) defendeu a anistia aos condenados pela invasão dos Poderes, ocorrida no dia 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou que os réus erraram, mas estão pagando muito caro por isso.

Por conta da invasão, o Supremo tribunal Federal (STF) tem aplicado condenações de até 18 anos de prisão, bem como ao pagamento de R$ 30 milhões a título de danos morais coletivos. 

Em entrevista ao site Poder360, nesta terça-feira (11) em Brasília, Mendes afirmou que a anistia traria “pacificação” ao País, que está polarizado entre esquerda e direita, e sugeriu ao presidente Lula que tome a iniciativa. 

‘O presidente Lula deveria ser o primeiro a levantar essa bandeira: ‘Vamos botar um ponto final nesse 8 de janeiro, e tocar nossa vida”

“Temos que pacificar o Brasil, sair dessa agenda. Briga de A com B, de B com C. O presidente Lula deveria ser o primeiro a levantar essa bandeira: ‘Vamos botar um ponto final nesse 8 de janeiro, e tocar nossa vida’”, disse.

“Vamos dar o exemplo na prática de que superamos essas diferenças e superamos por um Brasil melhor e que verdadeiramente possamos construir o futuro que queremos. Seria a demonstração de que o próprio Lula já falou: governar sem olhar para o passado, sem rancor, sem mágoa. E, na prática, defender o fim dessa inquisição”, emendou.

Um projeto de lei que estabelece a anistia aos condenados tramita na Câmara Federal.

Condenação correta, dosimetria errada

Na entrevista, Mendes destacou que as condenações impostas pelos ministros da Suprema Corte foram corretas, mas a dosimetria delas está errada. As sentenças variam de 12 a 17 anos de prisão. 

“Se eu sou contra invadir uma propriedade rual, por que eu seria a favor de invadir o Congresso Nacional? Era uma forma de externalizar uma indignação, feita de forma errada”, disse.

“O cara vai lá, mata um monte de gente e é condenado a 12 anos. Outro foi lá e invadiu o Congresso e está condenado a 18 anos”

“As condenações estão corretas, com a dosimetria errada. O cara vai lá, mata um monte de gente e é condenado a 12 anos. Outro foi lá e invadiu o Congresso e está condenado a 18 anos. O tratamento que foi dado àquelas pessoas não é dado a nenhum desses bandidos como traficantes, assassinos, que causam o grande mal à sociedade brasileira. Então a dosimetria está errada”, emendou.

Mendes ainda disse que os ministros agiram com “exagero” ao calcular as penalidades dos condenados.

“Com todo respeito ao ministro Alexandre [de Moraes] e ao STF, mas é um equivoco e exagero fazer como estão fazendo. [Os manifestantes] Erraram? Erraram. Tinha que penalizar? Tinha. A dosimetria está exagerada”, disse.  

Alexandre de Moraes foi o relator do caso.

No dia 8 de janeiro de 2023, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos. Centenas pessoas já foram condenadas pelo fato.

(Via: MidiaNews)