Justiça recebe denúncia e pai e filho viram réus pelo assassinato

Benedito de Santana, de 40 anos, e Gustavo de Santana, de 18, estão presos desde o dia 23 de abril

MidiaNews

O ex-servidor Benedito Anunciação de Santana e seu filho, Gustavo Benedito | Divulgação

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra o ex-servidor do Estado Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e seu filho Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18. 

“A mãe demorou para chegar na residência. Os criminosos adentraram, renderam Heloysa e a mãe demorou para chegar na residência”

Agora eles passam a ser réus pelo crime de feminicídio da estudante Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, em Cuiabá. Ela era enteada de Benedito. 

Também vão responder por lesão corporal, roubo qualificado, extorsão e ocultação de cadáver.

A decisão é assinada pelo juiz Francisco Ney Gaiva, da 14ª Vara Criminal da Capital. 

O crime foi cometido no dia 22 de abril, na residência da vítima, no bairro Morada do Ouro. O corpo da jovem foi encontrado em um poço de água, no bairro Ribeirão do Lipa.

Pai e filho foram presos na madrugada do dia 23, horas após o crime. Dois adolescentes de 17 e 16 anos também foram apreendidos e respondem um processo separado por ato infracional. 

Benedito e Gustavo estão presos no Raio de 8 Penitenciária Central do Estado (PCE), considerado de segurança máxima.

O crime

Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), o crime teve início no começo da noite de terça-feira (22), quando Benedito foi até a casa da namorada com seu veículo e levou os demais suspeitos, seu filho e dois colegas de escola.

Heloysa foi assassinada dentro da casa, antes da chegada da mãe e com o padrasto ainda presente.

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que a adolescente teve múltiplas lesões pelo corpo, mas a causa da morte foi asfixia por estrangulamento, com um cabo de celular (USB).

Após o feminicídio da adolescente, o padrasto saiu da casa da namorada para atender um chamado de trabalho.

Mas, segundo o delegado Guilherme Bertoli, titular da DERFVA, quando ele saiu da residência, ele já sabia que Heloysa estava morta.

A mãe da adolescente demorou para ir para casa. Quando chegou, ela estava acompanhada de uma amiga e um bebê. O filho do namorado estava com o rosto coberto e não foi reconhecido.

As duas mulheres foram levadas para um quarto e a mãe não viu a filha. Ela também foi brutalmente espancada. Já a amiga foi poupada por estar com um bebê no colo.

“A mãe demorou para chegar na residência. Os criminosos adentraram, renderam Heloysa e a mãe demorou para chegar na residência. Quando ela chegou, eles partiram para a agressão, ela não sabia que a filha já estava morta. Eles levaram ela para outro quarto e foi então que conseguiram sair com o corpo de Heloysa”, explicou o delegado Guilherme.

O corpo da adolescente foi localizado por uma equipe do 10º Batalhão da PM, por volta das 22h20, dentro de um poço com aproximadamente 9 metros de profundidade, em uma região de mata, no bairro Ribeirão do Lipa.