Empresário nega fraude em Cuiabá e reclama de “violação” pela PF

Ernani Rezende Kuhn é sobrinho da primeira-dama

A defesa do empresário Ernani Rezende Kuhn, sobrinho da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Kuhn Pinheiro, enviou uma nota à imprensa na tarde de sexta-feira (31) onde rebate as acusações de suposto benefício de uma licitação direcionada. Ernani é um dos alvos da operação “Miasma”, deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (28).

Em nota, os advogados do empresário alegam que o contrato de locação de ambulâncias, realizado com a prefeitura de Cuiabá pelo valor de R$ 1,49 milhão, foi “lícito”, e que Ernani apenas locou veículos a outra empresa contratada pela prefeitura da Capital.As investigações da PF apontam que uma empresa supostamente de fachada, identificada como SMT Transportes e Veículos Especiais, estaria no nome de laranjas e que seu responsável, na verdade, seria Ernani Rezende Kuhn.

“Sobre a locação de ambulâncias, único fato investigado que menciona o empresário, esclarecemos que sua empresa apenas locou veículos a outra empresa contratada pela Prefeitura de Cuiabá. Trata-se de uma relação contratual privada e legal entre duas pessoas jurídicas. Todas as locações foram devidamente realizadas, e o empresário possui toda a documentação que comprova sua atuação lícita”, dizem os advogados do empresário. A nota também defende a esposa do empresário, Camila Nunes Guimarães Kuhn.

Segundo a PF, ela seria sócia da ERK, suposta proprietária dos veículos alugados, e que ao lado de outras organizações teria utilizado a SMT Transportes e Veículos Especiais para “ocultar” a relação de parentesco com a primeira dama de Cuiabá. “Ressaltamos que a Sra. Camila Nunes Guimarães Kuhn, esposa do empresário, não tem qualquer envolvimento nos negócios sob investigação, possuindo atividade empresarial própria e distinta”, diz o texto.

Os advogados que assinam a nota – Valber Melo, Gerson Rivera, Joaquim Felipe Spadoni e Jorge Luiz Miraglia Jaudy -, também se queixam de que o empresário “nunca foi chamado para prestar depoimento”, e se colocam à disposição das autoridades. A operação “Miasma” também apura supostas irregularidades num contrato de R$ 14 milhões para o desenvolvimento de um software da área da saúde da prefeitura de Cuiabá.

Ao todo, a PF cumpriu 32 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Tocantins, Distrito Federal e Amazonas.

Confira abaixo a nota na íntegra.

NOTA À IMPRENSA

A defesa do Sr. Ernani Rezende Kuhn, em resposta às informações divulgadas sobre a Operação Miasma, esclarece:

Desde o início das divulgações indevidas de seu nome e imagem, o Sr. Kuhn se colocou à disposição das autoridades para esclarecimentos. No entanto, nunca foi chamado para prestar depoimento, sendo surpreendido pela medida de busca.

Qualquer associação entre ele e uma empresa de software contratada pela Prefeitura de Cuiabá-MT é falsa. As investigações em curso não vinculam o Sr. Kuhn à essa contratação, nem aos seus proprietários.

Sobre a locação de ambulâncias, único fato investigado que menciona o empresário, esclarecemos que sua empresa apenas locou veículos a outra empresa contratada pela Prefeitura de Cuiabá. Trata-se de uma relação contratual privada e legal entre duas pessoas jurídicas. Todas as locações foram devidamente realizadas, e o empresário possui toda a documentação que comprova sua atuação lícita.

Ressaltamos que a Sra. Camila Nunes Guimarães Kuhn, esposa do empresário, não tem qualquer envolvimento nos negócios sob investigação, possuindo atividade empresarial própria e distinta. As imagens divulgadas à imprensa, referentes aos veículos e à residência do empresário, representam uma violação ao sigilo das investigações.

Esses bens não têm relação com a investigação e não sofreram apreensão ou constrições. A defesa reitera a disposição do Sr. Kuhn em colaborar com as investigações e espera que a verdade prevaleça.

Atenciosamente,

VALBER MELO / OAB/MT 8.927

GERSON RIVERA / OAB/MT 33.358

JOAQUIM FELIPE SPADONI /     OAB/MT 6.197  

JORGE LUIZ MIRAGLIA JAUDY / OAB/MT 6.735

(Via: Folhamax)