Comandante diz que volume de incêndios em 2024 será mais grave no Pantanal

Tenente-coronel Prycilla Souza explicou que a corporação se baseou na tragédia de 2020 para traçar uma resposta eficaz contra o fogo e 12 equipamentos estão montados para prestar socorro, com dois pontos fixos
Jolismar Bruno/HNT

A comandante do Batalhão de Operações Ambientais do Corpo de Bombeiros, a tenente-coronel Prycilla Souza, disse que as perspectivas para o volume de incêndios em 2024 no Pantanal mato-grossense são piores, se comparadas aos anos anteriores. A coorporação utlizou a tragédia de 2020, que devastou cerca de 30% de todo o bioma no Brasil, para balizar uma resposta efetiva. Conforme Prycilla, foram articuladas 12 equipamentos de combate, com investimento em maquinários, contratação de efetivo e estruturação de pontos de apoio. Além disso, neste ano, o governo de Mato Grosso trabalha de mãos dadas com o de Mato Grosso so Sul, além do Ministério do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Parte das ações será discutida nesta terça-feira (18), em MS, durante reunião com representantes dos dois estados e das pastas do governo federal. 

“Estamos esperando perspectivas piores em relação aos anos anteriores. Nós estamos trabalhando em conjunto com Mato Grosso do Sul nas ações do Pantanal. Estarei participando de reunião amanhã, em Mato Grosso do Sul, para alinharmos ações específicas para o Pantanal, de planejamento, disponibilização de recursos para agirmos de forma conjunta”, falou Prycilla Souza à imprensa nesta segunda-feira (17), durante o lançamento da operação de combate aos incêndios florestais no Sesc Porto Cercado, em Poconé. 

A comandante explicou que, dentro dessas 12 ferramentas, estão previstos pontos de apoio, sendo um em Porto Jofre, implementado em parceria com a Marinha do Brasil, que faz o monitoramento para auxiliar no combate ao fogo e dá suporte aos militares dos Bombeiros. Outro ponto fica na Transpantaneira, que conta com equipe específica para “agir, caso tenha alguns casos extremos”. 

Embora se preprarem para a ação no período da estigagem, quando a seca mais intensa se concentra no meses de julho a outubro, a comandante frisou que as mudanças das condições climáticas implicam no registro de incêndios durante todo o ano e não há como adiantar qual será o mês mais crítico.  

“Os incêndios não pararam, não existe mais ‘aquele período’. Pelas condições, acabou seguindo em várias fases essas ações de resposta. Não tenho como precisar que um período será pior que o outro. O Pantanal todo é um ponto crítico”.

A tenente-coronel ainda disse que o governo de Mato Grosso aprendeu com a lição de 2020 e vem investindo mais de R$ 300 milhões desde a trágedia que destruiu o Pantanal. Neste ano, o Corpo de Bombeiros contará com 53 militares fixos na região e tem na reserva outros 100 que encerram o treinamento neste ano. 

“Na realidade, 2020 foi um aprendizado. A gente não estava acostumado a essa realidade no Pantanal, mas as condições climáticas estão favoráveis contra a progressão do incêndio. A gente teve investimentos do governo do Estado como nunca teve nesses últimos anos. Estamos preparados tecnicamente e temos um efetivo de 100 militares para reforçar as ações do Corpo de Bombeiros”, finalizou Prycilla Souza.

(Via: HNT)