Associação que produz “conteúdo gay” processa deputado bolsonarista e quer R$ 40 mil

Trecho de uma produção audiovisual do MT Queer foi utilizada pelo parlamentar

A Associação Cultural MT Queer acionou, judicialmente, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), pedindo uma indenização de R$ 40 mil por danos morais. Segundo a entidade, o parlamentar teria utilizado argumentos racistas e ideológicos em sua rede social, para atacar o grupo, em uma postagem feita nas redes sociais do bolsonarista.

De acordo com a ação, as afirmações feitas pelo parlamentar bolsonarista na postagem seriam infundadas e não condizem com a realidade dos fatos, ressaltando ainda que a entidade realiza diversas atividades junto a comunidade LGBTQIA+. Entre as ações realizadas pela associação está a produção de conteúdos audiovisuais.

Uma destas produções foi utilizada por Cattani, em uma postagem feita no Instagram do parlamentar e que, segundo a associação, teve como único intuito a divulgação de informações infundadas sobre o grupo. O deputado estadual teria afirmado que os atores envolvidos em um curta-metragem estariam utilizando uniformes da rede pública estadual de educação.

Segundo o deputado, o grupo estaria supostamente fazendo apologia à ideologia de gênero e incentivando a ‘fazer o que eles praticam’. O parlamentar teria ainda questionado uma apresentação feita pela associação no Teatro Zulmira Canavarros, ignorando o fato de que o mesmo seja um espaço público.

“Nesse diapasão, afirmou com inverdades que à época a associação recebia dinheiro público para realizar os projetos, entretanto, a requerente nunca recebeu verbas públicas para realizar os seus projetos audiovisuais. Nesta senda, é clara a intenção do Requerido de disseminar desinformação e valer-se disto para se promover, sem ao menos se importar com os danos causados, haja vista, é uma pessoa pública que influencia opiniões”, diz trecho do pedido.

O processo tramita na 7ª Vara Cível de Cuiabá e uma audiência de conciliação foi agendada para o dia 8 de outubro deste ano, a ser realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais de Cuiabá (Cejusc).  A parte autora foi beneficiada com a justiça gratuita. 

(VIA: FOLHAMAX)