Abilio reage a opositor: “Se eu fosse líder de facção, talvez ele gostasse”

Prefeito lembra que filho de faccionado morto atuou em gabinete

(Via: Folhamax)

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Em resposta às críticas do vereador Jeferson Siqueira (PSD) sobre suas frequentes idas à Câmara Municipal, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), fez um comentário irônico sugerindo que o parlamentar só aprovaria sua presença no Legislativo se ele fosse um chefe do crime organizado. Nesta terça-feira (25), novamente Abilio esteve na Casa de Leis.

“O vereador Jeferson parece que não gosta que eu venha à Câmara. Se fosse um líder de facção, talvez ele gostasse”, disparou o bolsonarista. A declaração ocorre após a revelação de que Siqueira homenageou, por meio de duas moções de aplauso, Gilmar Machado da Costa, o Gilmarzinho, identificado como comandante de uma facção criminosa e morto em um tiroteio com a polícia na capital mato-grossense.

Além disso, o filho de Gilmarzinho trabalhou como assessor parlamentar no gabinete do vereador por nove meses, recebendo um salário de R$ 2.250. Sua contratação foi publicada na Gazeta Municipal em fevereiro de 2024, com exoneração registrada em novembro do mesmo ano.

O faccionado morreu em uma troca de tiros com policiais militares durante o cumprimento de mandado de prisão, busca e apreensão em sua residência na última quinta-feira (20). Ele era líder comunitário do bairro Nova Conquista, em Cuiabá. Na região, houve queima de fogos durante o velório na noite de ontem para simbolizar as últimas homenagens. 

Gilmar foi um dos alvos da operação “Acqua Ilícita” que visa combater a extorsão e a lavagem de dinheiro que estava prejudicando os comerciantes de água mineral. A prática teria elevado os preços para os consumidores e enriquecido criminosos do Comando Vermelho (CV-MT). 

A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), constatou que os criminosos cobravam um alto preço pela liberdade e pelo controle econômico dos comerciantes. Os comerciantes que não concordavam passavam a ser constrangidos e ameaçados de forma velada. O projeto da facção era dominar toda a distribuição de água, e o valor da taxa, que era de R$ 1 por galão, seria reajustado para R$ 2 ainda este ano.